A beleza feminina II – Corpo


Fraternas,

A beleza física em si é coisa estética, nossos corpos pertencem ao mundo das formas, daí se deve adotar um olhar estético livre de valorações outras além da pura apreciação das formas e suas combinações entre si – a proporcionalidade – o equilíbrio entre as partes do todo que seria o corpo feminino inteiro. Bom... Isso não é tarefa fácil porque estamos impregnadas de pré-conceitos coisificantes agregados aos estéticos em relação aos nossos corpos. Então, creio que antes de tudo teríamos que desconstruir tais preconceitos e desagregar valores vindos deles à nossa apreciação estética de nossos invólucros carnais para podermos chegar a enxergar nossos corpos com olhos livres, isentos de bobagens pré-concebidas, e cuidarmos de nossa beleza com sabedoria. Antes de nos deixar enredar por modismos consumistas coisificantes. Acredito que devamos compreender nossa beleza física em sua fundamentação genética e natural.

Por principio da Mãe Natureza o belo é algo muito básico e simples, atemporal e universal que está em toda a conformação da grande e vasta fauna humana, em todas as suas constituições étnicas, de sexo e de idades dos corpos de acordo com o protótipo da forma humana elaborado na natureza.

A perfeição no protótipo natural do corpo humano é a simetria, pois tudo em nossos corpos está equilibrado simetricamente a partir de um eixo vertical exatamente no meio do espaço do corpo que é nossa coluna vertebral, a coluna principal do nosso templo orgânico. Nosso corpo, quando perfeitos, têm dois lados iguais e tanto de um lado como do outro ao eixo central, nossos órgãos internos se arranjam assim, dois pulmões, um de um lado outro do mesmo tamanho e peso do outro, nosso útero ao centro, nossos dois ovários, um de cada lado, o coração, quase ao centro, nossos rins um de um lado o outro no mesmo lugar do outro, nosso cérebro ao centro no lugar mais alto e protegido, e assim vai...

A parte interna de nossos corpos é simétrica e proporcionada, tem igualmente tamanho e peso distribuído a cada lado e cada órgão tem seu padrão e harmônicos entre si, obviamente a parte externa não poderia ser diferente. Se alguma das partes que compõem nosso organismo estiver com alguma deformação ou fora do lugar na composição espacial interna, por conseqüência algo na parte externa também estaria deformada e/ou torta. Exemplo: Um estômago dilatado tem sua correlata deformação externa e é por isso que mulheres que dilatam seus estômagos com comida em demasia e/ou na “cervejada” ficam com uma protuberância na silhueta na localidade externa onde internamente está seu estomago. Portanto, para mulheres com estomago maior do que seria o normal no protótipo de natureza, seguir a moda da lipoaspiração pensando que com isso vão tirar o volume da barriga não faz sentido algum, o melhor é não dilatar o estomago, e se tiverem com o estomago já dilatado, não o dilatar mais ainda.

Além da simetria nossos corpos têm uma proporcionalidade básica, que é um arranjo interno e externo no conjunto de órgãos de maneira a boa funcionalidade geral, uma funcionalidade plena de acordo com as possibilidades que a arquitetura do corpo humano pode alcançar para a preservação da espécie em seus múltiplos ambientes e adaptabilidade as eternas mudanças do eco-sistema em plano geral, e também da mutabilidade da espécie dentro disso. Logo, um corpo perfeito é um corpo em suas plenas capacidades de funcionamento e reprodução de espécimes igualmente capazes de dar conta da manutenção e evolução da raça humana em sua diversidade e mesclas étnicas e no também diversificado e mesclado eco-sistema do planeta.

A beleza se for considerada com a perfeição formal da natureza, estética pura sem interferência de valores da ética e de gostos culturais, é uma harmonia entre as partes do corpo em equilíbrio simétrico e movimento e ritmo adequados a dinâmica natural da criação/evolução da espécie.

Acredito que nossos corpos são o veiculo, o meio, o instrumento para que assim possamos experienciar o processo fisioquímico da vida para um fim evolutivo em nossa essência imaterial e de resto, me é inabrangível. Por isso, não creio que devamos dar mais importância do que é já bem importante quanto aos nossos corpos, muito menos negligenciar os cuidados internos e externos a eles e seu aprimoramento estético, mas devemos ficar sempre atentas para nos aprimorar e não nos aprisionar aos nossos corpos, assim nos fixando neles e nas sensações inerentes com exagero na ilusão vã de que só dos nossos corpos vem o que nos faz ser o que somos, até porque não ficamos neles para sempre...


Fraternamente,

Símia Zen

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