A beleza feminina I



Fraternas,

A beleza. Temos uma questão aí um tanto entroncada que leva a muitas a boa ventura e muitas aos infortúnios. Desde sempre, a beleza é uma questão importante na vida feminina, porque vem da beleza certa determinante na existência como ser humano na Terra e em nossa época isso se acentua muito. Por isso, creio que se faz necessário que nos debrucemos muito cuidadosamente sobre essa nossa questão e que afeta diretamente a qualidade de nossas vidas para com mais entendimento se possam ver as bobagens da moda e de outros equívocos que possam nos estragar a saúde e a vida em plano geral e seus diversos campos de nossa experiência como seres humanos.

Não busco esgotar o tema, nem teria competência para tanto, só busco a partir de essa carta inicial compartilhar algumas idéias e opiniões que em mim se elaboram em relação a isso, em meu olhar cubista de nossas belezas em suas múltiplas perspectivas. Espero assim colaborar a um esclarecimento que esse tema tem muito mais facetas do que as poucas e ralas que a publicidade da mídia vem nos bombardeando há décadas e com isso nos influenciando e nos confundindo em relação ao que somos quanto seres femininos, confusão essa que hoje faz um sem numero de mulheres viverem para o consumo e se “coisificando” simultaneamente, como se fossemos seres inanimados, mas por não sermos em verdade, essa dinâmica nefasta acaba por causar muito do sofrimento feminino e, como nada é impossível à evolução, podemos individualmente reverter essa situação se vermos quem somos integralmente para além do veiculo orgânico, o qual merece toda a atenção, cuidados e primor estético naturalmente, mas que não podemos perder a consciência de que nosso corpo é um meio e não um fim e que, não é só aí que está a beleza feminina, tudo é bem mais amplo. Nossos corpos são apenas o veiculo formal orgânico em que podemos experimentar a vida orgânica na Terra e reproduzi-la junto aos nossos semelhantes na coabitação com todos os demais viventes do planeta. Nós não somos os corpos, nós estamos com corpos e se tudo vai bem há uma integração que faz com que nos sintamos bem vivendo neles e no mundo.

A sensação de beleza é algo que ultrapassa o design do corpo e as vaidades correlatas. A sensação de beleza está mais vinculada a idéia que fazemos de nós, o julgamento interno de nossa qualidade humana e nosso afeto pela pessoa que somos, tanto que associamos o belo ao certo, a estética a ética. Quando estamos contentas, satisfeitas conosco, ficamos plenas dessa satisfação e aí sim a beleza estética complementa esse contentamento no viver. Não há porque fazer o inverso, pois nada externo pode dar contentamento a uma mulher com ela mesma, por isso os cuidados com a beleza começam é na alma, no interno, e por efeito isso leva ao gosto pelos cuidados com o interno do corpo, com sua saúde física, psíquica e social, assim essa verdade se extravasa naturalmente a parte externa do corpo.

Contando que em algo tenha sido útil a alguma mulher alem de mim que, assim como eu, busca a plena harmonia de corpo e alma, a verdadeira beleza, e que minhas próximas cartas sobre isso sejam úteis também. Subscrevo-me,


Fraternamente,

Símia Zen.

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