“Eu sou dona do meu nariz!” (será?)



Fraternas,

Não há coisa mais bacana para uma mulher que ser dona do próprio nariz, assumir seu nariz é assumir seus atos com todas as conseqüências inerentes, é ser adulta de fato.

Infelizmente, inúmeras mulheres vivem hoje numa situação muito deprimente, inúmeras mulheres não são donas nem do ar que respiram quanto mais do próprio nariz, isso se deve ao caos em que estamos todas imersas num mundo cheio de misérias e falta de oportunidades que valham para a verdadeira emancipação do ser humano feminino. Não creio que devamos arranjar culpados para algo que nós mesmas temos responsabilidade, pois que nunca há vitimas se aceitamos a existência da injustiça, há cúmplices, isso sim, e também por que não somos seres coitadinhos, a historia das mulheres prova que sempre fomos seres com bastante poder de mudança ante as circunstancias, até as desfavoráveis, pois a historia das mulheres abrange inúmeras matrizes étnico-culturais, inclusive as onde as mulheres sempre foram livres e elementos fundamentais e atuantes da sociedade como um todo. Bom... Esse papo é para um outro texto sobre nossas múltiplas historias... O que me vem a mente neste momento é sobre isso de ser mos "donas dos nossos narizes".

Numa indagação aos meus botões, penso que para alguém ser dona do próprio nariz, antes de tudo teria que ser dona de seu corpo inteiro e de sua mais intima vontade, isso pressupõe sustentar-se, prover-se, e assumir todas as responsabilidades de sua vida. Então nesse caso nem todas as mulheres poderiam se intitular donas do próprio nariz, já que ainda muitas vivem tristes realidades da falta de oportunidade de se apossarem de si mesmas, e da feia realidade das mulheres que têm oportunidades, mas se entregam a pobreza moral de buscarem a carteira do homem para serem bancadas numa espécie de prostituição velada, fazendo do seu corpo uma coisa de uso sexual e de seu tempo vital um ócio improdutivo como dama de companhia sexy em baladas ou outros eventos torpes.

Mulheres que não buscam seu sustento com o suor de seu rosto gastando seus próprios neurônios e tempo nisso, que vivem de aproveitar da carteira alheia direta ou indiretamente, cavando presentinhos, ajudinhas e outros, não podem dizer que são lá muito donas de nada em si, em algum momento ate sua vontade será desconsiderada, e aí se revoltarão reivindicando autonomia de decisão e liberdade de opção, mas esses bens não materiais não são para quem quer, e sim para quem pode, não falo de uso do corpo como coisa de barganha, falo de poder sobre sua própria vida, falo de conquista. As vezes parece que é mais fácil ir pelo caminho da auto exploração como coisa sexual e levar vantagens com isso, parece que a auto exploração sexual dá atalhos alternativos a dura caminhada pedregosa da vida, mas não é bem assim..., pois nada pode substituir a verdadeira autonomia, no final o barato sai caro.

Creio que para sermos donas de nossos narizes temos que viver com nosso próprio dinheiro e sustentar firme essa opção de vida, mesmo que isso signifique viver uma vida mais austera, sem muito glamour consumista, o qual, infelizmente, inúmeras mulheres estão já bem viciadas. A dependência econômica e a financeira são as tias da submissão e da infelicidade, a mãe é a ignorância e o pai é o nosso ego mesquinho, ganancioso e miserável. Lembrando que: quem barganha com seu corpo em algum momento não poderá mais o fazer, pois que sua mercadoria perde o valor com o passar do tempo, e com isso perde o poder de viver do suor masculino, os homens são generosos, mas quando o jogo é de política sexual, eles não são bobos, só compram o que lhes serve para a finalidade que lhes foi oferecida.

Para o bem estar femil, o mais sensato é arregaçar as mangas e trazer a boca o alimento ou consumir balangandãs com o dinheiro gerado pelo próprio suor, assumir seu nariz pra valer é assim, mesmo que seja a principio mais difícil e trabalhoso, ainda assim vale a pena, pois esse é o caminho garantido para a verdadeira emancipação feminina, o resto é só tonteria.

Fraternas, enquanto nós nos aceitarmos como mulheres que se proclamem donas dos próprio narizes, mas que vivam na aba dos homens, os vendo como burros de carga, nem podemos nos levar a sério. Realmente não é necessário sermos parasitas, e pior, posando de emancipadas. Não precisamos de tutelas econômicas estatais nem privadas, nem precisamos sugar as carteiras dos nossos homens, não somos incapazes, podemos trabalhar... Ninguém vai morrer por causa disso, morre-se sim por infelicidade, e até de intoxicação de antidepressivos e outras drogas “mascaradoras” da infelicidade, e esse é o destino das coitadas que resolvem não pegar o preço de serem donas do próprios narizes. Melhor mesmo é pegar no pesado do que ir pelo ilusório caminho da vida “fácil”. Talvez dando nosso exemplo, possamos assim incentivar as adolescentes a não trilharem tal caminho nefasto, né?

Cordialmente,

Símia Zen.

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