Fraternas e fraternos,
Certa que esta entrevista é
de utilidade e de urgência à leitura de todas as pessoas que por sorte
tenham acesso a ela, é que publico aqui a entrevista gentilmente concedida por um ativista e da direção do
Partido Pro Vida de Portugal Sr. Carlos Jorge Dias Fernandes, português,
nascido na ainda colônia portuguesa de Moçambique, 49 anos, casado e pai de três
filhos, piloto de avião, residente em Concelho de Sintra, Portugal, que nesta
entrevista, abalizado por sua experiência e conhecimento oriundos de seu
ativismo pro Vida em Portugal no esclarece a mecânica do abortismo em Portugal
e no mundo e suas consequências, não só nos inteirando da necessidade de nos
posicionarmos na grave questão do aborto
e também nos alerta sobre as mazelas do projeto abortista em Portugal e no
mundo... inclusive no Brasil...
O Sr. Carlos Fernandes:
SZ: Quais
são os espaços virtuais que participa como membro, dono ou moderador?
Carlos Fernandes: Coordeno
em conjunto com outros elementos da direcção a página oficial do Portugal Pro
Vida no Facebook, e também da secção do partido em Lisboa. Também o Twitter
está a meu cargo. Colaboro ainda no Blog do PPV embora de forma esporádica.
SZ: Sr.
Carlos Fernandes, poderia nos inteirar sobre o Partido Pró Vida de Portugal?
Sr. Carlos Fernandes: O
PPV, Portugal Pro vida nasceu como um movimento cívico para combater o aborto
depois do referendo de 2007. Este movimento teve origem na plataforma pro vida,
particularmente do Norte de Portugal. Em 2009, na cidade de Guimarães, onde
também nasceu Portugal, constituiu-se como partido político de forma a poder
aproveitar os mecanismos institucionais do Estado, e continuar a luta contra o
aborto, defesa da família e aplicação do Doutrina Social da Igreja na
organização da sociedade portuguesa. O Prof. Luís Botelho Ribeiro é o seu
primeiro e actual presidente.
Somos o único partido
português com esta agenda e os partidos do arco governativo, tudo fazem para
esvaziar a nossa acção e as nossas propostas. O CDS e o PSD são partidos democráticos
do centro e centro esquerda onde a maioria dos católicos portugueses vota, e
sentem o risco de que os seus eleitores ouçam as nossas propostas. Acabam por
mentir descaradamente aos portugueses pro vida nas eleições, nunca cumprindo as
propostas eleitorais.
O PPV, Portugal Pro Vida
ainda só participou duas vezes em eleições e havia um grande desconhecimento do
nosso partido. Esperamos que da próxima vez consigamos ter mais impacto e
eleger deputados, que seguramente serão um “cavalo de Tróia” na política pro
vida portuguesa. Não há no parlamento português propostas que defendam a vida e
a sua dignidade, as famílias e um justo ordenamento da sociedade. Os políticos
portugueses organizam-se para defender os seus interesses e de grupos privados,
alguns ligados à maçonaria, em vez de defender Portugal e os portugueses, no
Parlamento, no Governo e nas instâncias internacionais, particularmente na
Comissão e Parlamento Europeus.
Pode conhecer o PPV no nosso
blog, no FB e no Twitter.
http://portugalprovida.blogspot.com.br/p/declaracao-de-principios.html
https://www.facebook.com/portugalprovida
https://twitter.com/PPVLisboa
e escrever-nos para:
portugalprovida@gmail.com
ou
PPV, Portugal Pro Vida
Av. 24 de Junho, Nº 1497,
4800-076 Guimarães
Portugal
SZ: Qual
é a sua formação acadêmica?
Sr. Carlos Fernandes: Quando
terminei o Liceu em 1981, 12º ano, entrei para a Força Aérea Portuguesa onde
servi durante 7 anos como piloto de caça. Terminei o meu serviço militar com o
posto de Tenente. Em 1988, já com a licença de Piloto de Linha Aérea entrei
para a TAP Air Portugal, onde trabalho neste momento como Comandante de Airbus
330/340. Em mais de 31 anos de aviação adquiri competências profissionais
bastante específicas que seria fastidioso referir nesta entrevista.
SZ: Como
foi sua educação familiar e religiosa?
Sr. Carlos Fernandes: A
minha família é católica e durante a minha infância e juventude pude
testemunhar o exemplo dos meus pais que foram muito cuidadosos na nossa
educação tanto académica como cívica e moral. Tive um percurso normal na
escola, com pontos altos e baixos. A minha instrução primária foi numa pequena
vila no interior de Moçambique, Mutarara, e mais tarde na cidade da Beira num
colégio dos Maristas. Após a independência de Moçambique em 1976, tivemos que
mudar a nossa vida para Portugal, porque não estavam criadas as condições de
segurança necessárias para lá continuarmos a viver. Foi um período muito
crítico da nossa vida, mas com a nossa união e a Graça de Deus conseguimos
ultrapassar a situação. Recomeçar a vida praticamente do zero num país que não
conhecíamos foi muito complicado, mas os meus pais foram verdadeiramente
extraordinários. Continuei os meus estudos num colégio Jesuíta no Norte de
Portugal e depois numa escola pública no Porto. No fim do liceu entrei na Força
Aérea Portuguesa.
A formação religiosa foi
feita em várias Paróquias das vilas e cidades onde vivi e sempre participei na
catequese, complementada pela educação e testemunho da vida familiar. Em nossa
casa sempre se rezou, o que não me agradava muito quando era mais novo, mas hoje
reconheço como um dos factores da nossa união.
SZ: Como
foi sua educação familiar e religiosa?
Sr. Carlos Fernandes: A
minha família é católica e durante a minha infância e juventude pude
testemunhar o exemplo dos meus pais que foram muito cuidadosos na nossa
educação tanto académica como cívica e moral. Tive um percurso normal na
escola, com pontos altos e baixos. A minha instrução primária foi numa pequena
vila no interior de Moçambique, Mutarara, e mais tarde na cidade da Beira num
colégio dos Maristas. Após a independência de Moçambique em 1976, tivemos que
mudar a nossa vida para Portugal, porque não estavam criadas as condições de
segurança necessárias para lá continuarmos a viver. Foi um período muito
crítico da nossa vida, mas com a nossa união e a Graça de Deus conseguimos
ultrapassar a situação. Recomeçar a vida praticamente do zero num país que não
conhecíamos foi muito complicado, mas os meus pais foram verdadeiramente
extraordinários.
Continuei os meus estudos
num colégio Jesuíta no Norte de Portugal e depois numa escola pública no Porto.
No fim do liceu entrei na Força Aérea Portuguesa.
A formação religiosa foi
feita em várias Paróquias das vilas e cidades onde vivi e sempre participei na
catequese, complementada pela educação e testemunho da vida familiar. Em nossa
casa sempre se rezou, o que não me agradava muito quando era mais novo, mas
hoje reconheço como um dos factores da nossa união.
SZ: Como
se define?
Sr. Carlos Fernandes: Penso
que sou uma pessoa normal que gosta das coisas simples da vida.
Amo muito a minha família
que tento pôr sempre em primeiro lugar. Como passo muito tempo fora de casa
tento estar junto deles o máximo de tempo possível acompanhando sempre que
tenho oportunidade as actividades da minha mulher e dos meus filhos.
Tenho uma profissão, que foi
um sonho de infância , e no trabalho esforço-me por fazer as coisas de acordo
com os padrões que a caracterizam, participando activamente na vida da empresa
com os meus conhecimentos e experiência.
Mas preocupo-me muito com os
outros, e é-me muito difícil compreender como há tanta maldade e injustiça à
nossa volta. Sei que não vou transformar o mundo, mas gosto de ajudar os outros
tentando construir um mundo um pouco melhor à minha volta. Sou solidário com os
outros e tenho vários projectos onde participo com alguns dos meus amigos, um
dos quais em Moçambique, onde já fizemos 3 expedições aéreas de ajuda
humanitária.
E ainda tenho a vida
política, O PPV acaba por ocupar todo o tempo que sobra, e por vezes mais do
que eu próprio quero. Mas é uma parte igualmente importante da minha vida, pois
considero que a participação política séria, contribui para a construção de
sociedades mais justas e solidárias.
Sobre seu ativismo Pró Vida:
SZ: De
acordo com sua percepção, como avalia o ativismo Pro Vida no campo virtual a
nível planetário?
Sr. Carlos Fernandes: São
muitos e variados os grupos pro vida espalhados pelo planeta com actividade na
Internet Mantém uma actividade constante
com muita criatividade, aliada a uma mensagem consistente, simples e
verdadeira. Na minha opinião é muito fácil divulgar a mensagem pro vida pois
não são precisos truques ou artimanhas. Basta apenas revelar a verdade. Nos
Estados Unidos e outros países anglo-saxónicos onde os movimentos pro vida tem
uma experiência acumulada muito longa, as mensagens são mais simples e mais
fortes.
Algumas chegam a ser surpreendentes, abanando as consciências de quem
as lê ou ouve. Outros usam uma linguagem mais adaptada à realidade cultura do
seu país. Quanto a isto, eu penso que o melhor é variar no tipo de publicação.
Particular destaque tem também os grupos religiosos que paralelamente à
mensagem evangelizadora acabam por defender as posições pro vida. São
fantásticos e uma verdadeira fonte de inspiração. Penso que na Internet estamos
muito bem, e também é muito útil na divulgação das acções de rua, que são muito
importantes, para falar olhos nos olhos com as pessoas, esclarecendo-as e
ajudando-as. Começa a notar-se já uma mudança de consciência nesta questão em
muitos pontos do mundo, e particularmente nos EUA que são sempre uma referência
nas questões da vida.
SZ: Quais
são seus referenciais sobre as questões Pro Vida?
Sr. Carlos Fernandes: Quando
foi o 1º referendo do aborto em 1998, em que o NÃO ganhou, não tinha
consciência da verdadeira dimensão do problema. Nesse dia eu não fui votar,
pois estava a trabalhar, e ao jantar em Luanda, Angola, falou-se do referendo.
Inicialmente evitei a questão e só após muita insistência dos meus colegas
assumi a minha posição. Foi um massacre. Numa mesa de 12 pessoas eu era o único
que era contra o aborto.
Fiquei a pensar naquilo.
Como era possível que estando seguro das minhas razões, o 5º Mandamento de
Deus, não fui capaz de esgrimir argumentos suficientes para convencer estes
meus colegas? Foi então que decidi estudar melhor o assunto. Havia literatura
suficiente em Portugal, pois durante a campanha do referendo, várias pessoas
escreveram livros sobre as questões éticas e morais ligadas ao aborto. Li
alguns deles e comecei a prestar atenção a tudo o que se referia ao aborto.
Certo dia, ouvi na rádio o Professor Daniel Serrão eminente personalidade da
medicina e ciência em Portugal, e ainda conselheiro do saudoso Papa João Paulo
II, a falar sobre as questões da bioética e da ética da vida. Apercebi-me
claramente que os argumentos morais e científicos estavam interligados. Não
havia uma única razão que justificasse a morte de um ser humano, inocente e
indefeso. Continuei a aprofundar o assunto, lendo artigos e livros e vendo
alguns filmes. Melhorei o meu
conhecimento dos documentos
da Igreja Católica, particularmente o "Evangelium Vitae" e o
"Familiaris Consortio".
Em 2007, no 2º referendo já
estava preparado. Participei em algumas iniciativas pelo "Não" mas
apenas a título individual. Foi uma campanha difícil, em que o financiamento
das duas partes foi desproporcionado em termos de recursos, pendendo para o
lado do "Sim" e a pergunta do referendo era também uma armadilha
preparada para os portugueses. Apesar disso, apenas 25,4% dos portugueses
votaram a favor do aborto, mas mesmo assim o parlamento que tinha uma maioria
de esquerda liderada pelo PS (Partido Socialista), aprovou a Lei 16/2007. O
Presidente promulgou-a quando poderia não o fazer, uma vez que o referendo não
tinha sido vinculativo.
Após o referendo surgiu o
movimento Portugal Pro Vida, que em 2009 decidiu constituir-se em partido
político. Foi fundado por pessoas sem conotação partidária ligadas aos
movimentos pro vida da plataforma do "Não", em que o Prof Luís
Botelho e o Sr. Luís Paiva tiveram papel preponderante, e decidi filiar-me para
ajudar a reverter esta terrível e desumana situação que vivemos em Portugal. É neste
ponto que estamos.
Em termos pessoais, as
minhas referências bibliográficas pro vida são os documentos da Igreja
Católica, particularmente o "Evangelium Vitae", "Familiaris
Consortio" e a "Doutrina Social da Igreja".
Como referência pessoal,
entre muitas personalidades, destaco uma mulher, a Madre Teresa de Calcutá e a
sua acção em prol da vida nos EUA e no mundo, e um homem, o Beato João Paulo
II, brevemente Santo, que com toda a sua sabedoria e energia soube cativar os
católicos, mas não só, para esta questão tão importante. Toda a documentação do seu pontificado, as
suas palavras e a sua coragem foram e continuam a ser, muito importantes para o
"povo pro vida".
Entre os mais variados
movimentos pro vida destaco o "Youth Defense" na Irlanda, que com
Malta ´ são os únicos países da Europa que mantém legislação pro vida. E ainda
o "Human Life international" um pouco por todo o mundo, o
"Personhood USA" nos Estados Unidos e o "ALFA" na Alemanha
e vários países da antiga "Cortina de Ferro".
SZ: Quais
foram os motivos que o levaram a atuar na luta antiabortista no campo virtual?
Sr. Carlos Fernandes: O
PPV sempre usou o Mail e o Blog para as comunicações e eu queria que tivéssemos
algo mais eficaz. Tentei um site, mas não tinha muitos conhecimentos e comecei
a aperceber-me que não funcionava bem. Eu tinha um Facebook pessoal e comecei a
ver que havia uma possibilidade gratuita e eficaz de passar a nossa mensagem.
Decidimos avançar para o Facebook e para o Twitter onde publicamos informação
pro vida mas também conteúdos políticos diversificados associados à própria
acção do PPV. Temos produção própria de conteúdos, mas algumas das nossas
publicações são adaptadas para português de outros grupos pro vida espalhados
um pouco por todo o mundo, desde a Austrália e Nova Zelândia, passando pela
Irlanda, Espanha, Estados Unidos, Canadá, México, Brasil, Argentina, Colômbia,
Chile, etc. Além da nossa mensagem, divulgamos também toda a informação
institucional e as iniciativas de todos os grupos pro vida em Portugal. Tudo o
que é pro vida em Portugal deve ser apoiado e divulgado. Essa é a nossa forma
de actuar. Neste momento, estamos a divulgar com muita insistência a Petição de
referendo de iniciativa popular feita por um conjunto de cidadãos pro vida.
SZ: O
que motiva os ativistas do Ppv e quais são suas praticas na luta contra o
abortismo?
Sr. Carlos Fernandes: Motiva-nos
a certeza de estarmos do lado certo da história. Temos uma acção política feita
de propostas políticas enviadas ao Parlamento, sempre recusadas, algumas acções
de rua embora muito limitadas e colaboramos com todas as organizações nacionais
e internacionais de defesa da vida e dos direitos da pessoa humana. Neste
momento o nosso foco está na recolha de assinaturas para um novo referendo
sobre as questões da vida, que está a ser coordenado pela Comissão Pro
Referendo Vida.
Neste ano haverá também
eleições autárquicas e tentaremos ter candidatos às Câmaras Municipais das
principais cidades portuguesas. Estamos a tentar criar raízes para podermos ter
mais capacidade de mobilização e intervenção do que temos actualmente. Temos
apenas 3 anos de vida e um apoio reduzido na sociedade portuguesa, fruto de um
grande desconhecimento dos portugueses.
SZ: Conte-nos
sobre sua trajetória e planos futuros nas questões Pró Vida no campo virtual?
Sr. Carlos Fernandes: O
PPV é um partido que foi fundado em 2009 como forma de resposta política, à Lei
16/2007 que regulamentou a liberalização do aborto em Portugal até às 10
semanas. É uma questão complexa para a sociedade portuguesa e muitas pessoas
tem medo de afirmar as suas posições publicamente. As forças políticas da área
social democrata e democrata cristã olham para nós com algum receio e tentam de
todas as formas reduzir a nossa margem de acção.
A utilização das redes
sociais é muito importante para a divulgação das nossas mensagens. O PPV não
tem recursos financeiros para pagar campanhas, e vive do activismo dos seus
militantes. Começamos em Abril de 2011 com o
Facebook, a mais importante rede social em Portugal e o Twitter que são
gratuitos e cada um de nós dá o seu melhor. O Blog e uma base de dados para
"mailing lists" no E-mail já temos desde 2009. Neste momento estamos
concentrados na expansão da rede para conseguirmos chegar a mais pessoas e o
nosso principal objectivo é cativar apoiantes e simpatizantes para a causa da
vida, e reverter a Lei 16/2007, esclarecendo as consciências dos portugueses,
completamente intoxicadas por correntes materialistas e demagógicas. Mas o PPV
não se esgota na causa da vida e tentamos mostrar isso na nossa acção.
Estamos atentos a novas
formas de comunicação, e todos os que nos puderem ajudar na Internet são
bem-vindos a colaborar com o PPV.
Sobre o aborto:
SZ: Poderia
nos expor o porquê o senhor é contra o aborto provocado?
Sr. Carlos Fernandes: Está
cientificamente provado que no momento da conjugação do espermatozóide com o
óvulo, é constituída uma nova vida com um código genético único e irrepetível.
Esta singularidade dá-lhe a condição de pessoa humana. Logo, tendo um novo ser
humano, não podemos matá-lo. Antes pelo contrário, devemos protegê-lo, bem como
à mãe, através das nossas leis e constituições.
E ainda há o facto de ser
católico e tentar seguir os ensinamentos da Igreja de Cristo.
O 5º Mandamento afirma
claramente "Não matarás" e desde o início do cristianismo que há
referências da Igreja a condenar o aborto. O Didaqué, uma espécie de catecismo
do Sec. I, ensina que "(...)não matarás crianças por aborto, nem crianças
já nascidas.(...)" http://www.buscandoluz.org/estudos/121_didaque.pdf
Na actualidade, o
"Evangellium Vitae" recomenda logo no seu início a orientação que os
católicos e não católicos devem seguir, no que às questões da vida diz
respeito.
«A Igreja sabe que este Evangelho da vida,
recebido do seu Senhor, encontra um eco profundo e persuasivo no coração de
cada pessoa, crente e até não crente, porque se ele supera infinitamente as
suas aspirações, também lhes corresponde de maneira admirável. Mesmo por entre
dificuldades e incertezas, todo o homem sinceramente aberto à verdade e ao bem
pode, pela luz da razão e com o secreto influxo da graça, chegar a reconhecer,
na lei natural inscrita no coração (cf. Rm 2, 14-15), o valor sagrado da vida
humana desde o seu início até ao seu termo, e afirmar o direito que todo o ser
humano tem de ver plenamente respeitado este seu bem primário. Sobre o
reconhecimento de tal direito é que se funda a convivência humana e a própria
comunidade política.» (Evangellium Vitae, Introdução, 2 (João Paulo II))
http://www.vatican.va/edocs/POR0062/__P2.HTM
«Tudo quanto se opõe à vida,
como seja toda a espécie de homicídio, genocídio, aborto, eutanásia e suicídio
voluntário; tudo o que viola a integridade da pessoa humana, como as
mutilações, os tormentos corporais e mentais e as tentativas para violentar as próprias
consciências; tudo quanto ofende a dignidade da pessoa humana, como as
condições de vida infra-humanas, as prisões arbitrárias, as deportações, a
escravidão, a prostituição, o comércio de mulheres e jovens; e também as
condições degradantes de trabalho, em que os operários são tratados como meros
instrumentos de lucro e não como pessoas livres e responsáveis. Todas estas
coisas e outras semelhantes são infamantes; ao mesmo tempo que corrompem a
civilização humana, desonram mais aqueles que assim procedem, do que os que
padecem injustamente; e ofendem gravemente a honra devida ao Criador
».(Evangellium Vitae, Introdução, 3 (João Paulo II)) http://www.vatican.va/edocs/POR0062/__P3.HTM
SZ: Em
sua compreensão, poderia nos esclarecer porque existe o aborto provocado na
vida humana, que sentido tem isso?
Sr. Carlos Fernandes: Não
encontro uma única razão minimamente aceitável para destruir um ser humano.
Nada do que se possa dizer a favor do aborto faz sentido.
Numa relação em casal, eu
considero o acto sexual, uma entrega recíproca de amor. Neste sublime momento é
que o casal decide sobre se quer ter um filho ou não, tendo que estar em todo o
caso, abertos ao dom da vida. Nunca poderão rejeitar o fruto desse amor.
Noutros casos como a violação por exemplo em que não existe amor nessa
"união", porque é que 2 hão-de sofrer pelo erro do pai? Porque se há
de matar o filho?
Em termos morais e
filosóficos, o aborto é rejeitado por todas as grandes religiões e filosofias.
Em termos éticos, temos o juramento de Hipócrates que os médicos e outros
profissionais de saúde fazem, em que prometem salvar e não matar.
/
Considero o aborto, um
instrumento de certas correntes relativistas e materialistas que privilegiam o
"ter" ao "ser", o imediato ao Eterno, o Mal ao Bem. Estas
correntes como por exemplo o Nacional Socialismo, Comunismo, Capitalismo
Selvagem e Feminismo Radical, querem impor ao Homem vontades exteriores à sua
natureza, comprometendo-o , cerceando desta forma a sua liberdade. O aborto é
apenas mais um instrumento desse processo.
SZ: Em
sua percepção e estudos, o que leva as mulheres a praticarem o aborto
provocado?
Sr. Carlos Fernandes: As mulheres tem na sua natureza o dom da vida. Tem a possibilidade de participarem na obra criadora de Deus, gerando vidas. Não acredito que uma mulher no pleno uso das suas faculdades rejeite a maternidade.
Há muitas e diferentes
razões.
Por exemplo, nos países de
cultura democrática e com matriz judaico-cristã, o que se passa em termos
sociais é que é condicionador das mulheres; as pressões são associadas à beleza
e bem-estar, do companheiro, dos pais, amigos e familiares e das empresas. O
medo de perder o emprego, o medo de não acabarem a sua formação, o medo de
perderem o namorado ou marido, o medo de ficarem gordas, o medo das rugas, o
medo de não conseguirem educar um filho, o medo de, o medo de,... O MEDO! Como
todos sabemos, o medo condiciona a nossa liberdade. É nisso que os inimigos da
vida jogam as suas cartadas nesses países. A natureza humana quando não
alimentada pelo Amor perde a sua liberdade, e deixa-se manipular pelo que é o
"main stream, pelo que está "na moda", pelo que nos é imposto
sem darmos conta.
Nos países do antigo bloco
comunista devido à "normalização" do aborto de matriz organizacional
e feminista, ele está praticamente institucionalizado como uma "medida de
saúde pública" e levará muitos anos a alterar as consciências desses
povos.
Nos regimes dictatoriais
como a China ou a Coreia do Norte ainda é pior. O aborto é obrigatório em
muitos casos e existe ainda o aborto selectivo. Se é um homem, nasce, se é uma
mulher, mata-se! Chega-se até a casos de infanticídio. A arbitrariedade destes
regimes é terrível. Mais uma vez é o
medo.
SZ: Em
sua percepção e avaliação, até que ponto o homem tem haver com o aborto
provocado?
Sr. Carlos Fernandes: O
homem enquanto cidadão, tem tanta responsabilidade nas questões do aborto como
as mulheres. São homens e mulheres que defendem a vida, e também homens e
mulheres que defendem as correntes da "cultura de morte". Uma das
técnicas dos "abortistas" é convencer-nos que o aborto é uma questão
exclusiva das mulheres, e há muitos homens que por uma questão de comodismo
moral, aceitam. Dizem tantas vezes a mesma mentira que alguém acaba por
acreditar que é verdade. É o sistema de propaganda do Nazi Goebbels e dos
comunistas.
Mas eu não vejo as coisas
assim. Homens e mulheres complementam-se, e em conjunto, constroem as
sociedades onde vivem. Não há assuntos exclusivos de um, ou do outro. O que há
por vezes, é uma maior predisposição dum sexo para determinadas coisas, mas
isso não o/a isenta das responsabilidades cívicas, e do dever de consciência
quando se trata das questões fundamentais, como as que estão associadas à vida
e à dignidade do homem. Peixe ou carne para jantar, tanto faz, qualquer um
decide, mas vida ou morte não. Tem de ser os dois a tomar a decisão, e ela só
pode ser pela Vida. Havendo um diálogo inteligente, é fácil encontrar as razões
para se escolher a vida. Os homens pela sua natureza e temperamento, podem até
tomar determinadas acções em prol da vida, que para uma mulher são mais
complicadas, e vice-versa. É a complementaridade dos sexos.
SZ: Baseado
em seus estudos, percepção e sensibilidade masculina, quais são as consequências para as mulheres que
praticam o aborto?
Sr. Carlos Fernandes: Está
provado cientificamente que as mulheres que abortam tem uma maior predisposição
para várias doenças do foro físico e psicológico. Quanto maior o número de
abortos, essa predisposição aumenta exponencialmente. Existem muitos estudos
que atestam o que afirmo, e basta uma pequena pesquisa na Internet para se
encontrarem artigos sobre a maior incidência de vários tipos de cancro,
especialmente os cancros da mama e associados ao aparelho reproductor,
incapacidade de voltar a engravidar, incapacidade de levar uma gravidez até ao
termo, e vários problemas psicológicos e psiquiátricos, particularmente o risco
de suicídio. Por exemplo uma investigação levada a cabo na Finlândia
identificou uma forte associação estatística entre o aborto e o suicídio. A
taxa de suicídio num período de um ano após o aborto era três vezes superior a
todas as mulheres de uma forma geral, sete vezes superior à taxa verificada
entre mulheres que tinham levado a gravidez até ao fim, e quase duas vezes
superior à taxa entre mulheres cuja gravidez tinha sido interrompida por causas
naturais. Resumindo, o aborto prejudica gravemente a saúde das mulheres que o
praticam. http://aborto.aaldeia.net/aborto-tentativas-suicidio/
SZ: Baseado
em seus estudos, percepção e sensibilidade masculina, como fica o homem que têm
seus filhos abortados a revelia de sua vontade?
Sr. Carlos Fernandes: Deverá
ficar destroçado. Um homem a sério, como dizemos em Portugal, é responsável e
ama os seus filhos. Faz tudo por eles e pela sua família. A família é a célula
da sociedade, e penso que ficará uma ferida incurável quando tal acontece. Mas
o que se passa na maior parte dos casos é que as mulheres que abortam não
contam aos seus companheiros ou maridos, que estão a pensar, ou que vão fazer
um aborto. Isso é uma grande traição.
Mas sei que também há
homens, como já anteriormente referi que forçam ou pressionam as mulheres e
companheiras a matar os seus filhos. Na minha opinião, é um acto contra-natura.
São homens "pequenos", irresponsáveis e criminosos.
SZ: De
acordo com sua percepção e vivências no ativismo Pró Vida, os homens têm menos
participação nas discussões e decisões quanto a questão do aborto que as
mulheres?
Sr. Carlos Fernandes: No
activismo pro vida há muitos homens. Penso até que haverá mais homens que
mulheres. Os homens tem uma percepção mais prática dos aspectos organizacionais
e políticos destas questões que as mulheres. As mulheres pro vida normalmente
gostam mais do trabalho de campo, de falar com as outras mulheres que vão para
a clínica de abortos, ajudar as que precisam e estão em dificuldades, consolar
as que abortaram, etc. Mas também se vêem homens a fazer esse trabalho de campo
e mulheres na organização. Há muitos homens a trabalhar na causa em Portugal e
um pouco por todo o mundo, mas
normalmente preferem que sejam as mulheres a dar a cara, pois a sociedade pensa
que devem ser as mulheres a liderar esta questão. Pessoalmente, penso que é dar
razão aos movimentos feministas e não concordo. A causa da vida é de todos nós.
Os homens pela sua natureza
amam as mulheres, e quando vêem este drama, fazem tudo por elas. O aborto não é
só salvar bebés, mas também salvar mulheres. Morre o bebé, mas a mulher que
aborta fica a sofrer a vida toda.
SZ: Em
sua opinião os homens deveriam ter maior participação das discussões e decisão
sobre a questão do aborto no Brasil e no mundo?
Sr. Carlos Fernandes: Não
conheço a realidade do Brasil neste aspecto. Mas penso que deve ser como em
Portugal, EUA, Canadá, Irlanda, etc. Vai à luta quem acredita na causa e como
os homens e mulheres se complementam acabam por trabalhar juntos, em assuntos
por vezes distintos mas necessários.
Lembro-me do 2º referendo de 2007, em que tivemos um grupo de
brasileiros a ajudar-nos no contacto de esclarecimento de rua, e eram quase
todos homens. Fizeram um excelente trabalho. Os homens do Brasil, tal como os
homens portugueses, também amam as mulheres da sua vida e amam o seu país. O
aborto é um retrocesso civilizacional de tal maneira grave, que devemos agir,
homens e mulheres. Basta lembrar que os dois primeiros países a legalizar o
aborto no Sec XX foram: a União Soviética e a Alemanha Nazi. Que bons exemplos!
SZ: De
acordo com sua experiência no ativismo Pro Vida e sensibilidade masculina, como
os homens poderiam participar e atuar da questão do aborto no Brasil e no
Mundo?
Sr. Carlos Fernandes: De
todas as formas possíveis e requeridas no momento pela causa. Quando se vai
para à guerra, guerra sim, isto é uma guerra, faz-se o que for preciso. Gosto
muito de um ditado popular americano usada por John Wayne (1907-79) em 1939 no
filme 'Stagecoach. que reza assim: "A man's got to do what a man's got to
do", o que basicamente significa que um homem deve fazer o que dita a sua
consciência independentemente das consequências. E isto na minha opinião, é
obviamente válido para os homens e para as mulheres.
SZ: De
acordo com seus estudos e investigações, como os abortos são executados em
Portugal e demais países onde o aborto está legalizado?
Sr. Carlos Fernandes: Basicamente
há 2 processos: o aborto químico em que a gravidez é interrompida medicamente,
usando uma combinação química que actua impedindo o desenvolvimento fetal, pelo
que em alguns casos requer uma intervenção cirúrgica para terminar o processo
de extracção Quando este método falha, não se conseguindo matar o
bebé, o aborto terá de ser completado cirúrgicamente.; o aborto cirúrgico em
que o bebé é retirado por aspiração e
curetagem.
Ambos os casos terminam com
uma vida humana de forma cruel e desumana.
Sobre a questão do aborto e
a luta Pró Vida:
SZ: De acordo com seus
estudos e reflexões, quais são os efeitos da legalização do aborto em Portugal
e nos demais países onde o abortismo foi institucionalizado?
Sr. Carlos Fernandes: Para
mim, como já referi anteriormente é um tremendo retrocesso civilizacional. Os
Estados e as respectivas sociedades, devem caminhar progressivamente para um
maior respeito de todos os seres humanos e da sua dignidade. Ora o aborto, é
exactamente o contrário. Em termos civilizacionais, podemos comparar o aborto
como se houvesse um regresso à escravatura. Tal como a escravatura, o aborto é
cruel e desumano e nem um nem outro fazem falta nos nossos países.
SZ: De
acordo com suas informações, como é a dinâmica de aliciamento, indução e
promoção à pratica do aborto em Portugal e por quem?
Sr. Carlos Fernandes: Em
Portugal há situações muito variadas. O SNS não tem feito um grande esforço na
promoção do aborto, embora por vezes alguns dos seus elementos o faça
pontualmente. A única clínica de abortos particular em Lisboa, faz publicidade
todos os dias em vários órgãos de comunicação social e faz lobbie junto das
autoridades médicas e políticas para que lhes sejam encaminhados os abortos
cirúrgicos. Na realidade, nesta clínica da morte são feitos cerca de 1/3 dos
abortos em Portugal. Há ainda um grande problema neste momento, que advém da
Segurança Social. Em vários casos tem levado as mulheres a abortar e a laquear
as trompas, ameaçadas de lhes serem retirados os filhos e os subsídios
estatais. O caso mais grave aconteceu à muito pouco tempo em que um tribunal a
pedido da Segurança Social, ordenou que fossem retirados os 7 filhos mais novos
de uma mulher que se recusou a laquear as trompas ou a abortar.
SZ: De
acordo com sua experiência como ativista Pró Vida, quais são os argumentos que
as militâncias abortistas alegam para defender a pratica do aborto, e como o
senhor se confronta a tais argumentos?
Sr. Carlos Fernandes: O
assunto em Portugal tem estado muito parado em termos de discussão pública
deste assunto. O tema do aborto está fora da agenda política e é apenas o PPV a
falar dele. Os movimentos pro-aborto não querem falar deste assunto, mas o seu
argumento base é que o aborto é uma questão de saúde pública. Ora como pode ser
saúde pública se o bebé morre e a mulher fica com grandes feridas físicas e
psicológicas. A saúde e os seus profissionais foram treinados para salvar e não
para matar. Outro dos seus argumentos é que a mulher tem direito de decidir
sobre o seu corpo. Neste caso particular, como sabemos, o ser humano dentro do
corpo da mulher, é único e irrepetível, com uma identidade genética própria,
logo a mulher não pode ter qualquer direito de decidir sobre outra vida. Penso
que a decisão de ter ou não um filho deve ser
feita antes de se ter relações sexuais. Mesmo no caso de violação em que a
mulher não dá o seu consentimento ao acto sexual que acaba por gerar este novo
ser humano, penso que ele não tem de pagar com a vida o gesto criminoso do seu
pai.
SZ: Em
sua opinião, quais são os verdadeiros interesses e influências que fundamentam
a militância Pró Escolha / abortista?
Sr. Carlos Fernandes: Para
mim é muito irracional. O movimento pro escolha tem por base a militância de
esquerda, os movimentos feministas radicais, os movimentos gay e mais
recentemente o capitalismo selvagem que transformou o aborto num negócio muito
lucrativo para gente sem escrúpulos. Os
movimentos da esquerda ateia e anti-clerical, aproveitaram-se dos movimentos
feministas e num princípio de suposta forma de afirmação feminina
incentivaram-nas a defender o aborto como a nova fronteira da sua luta. Mas
curiosamente as primeiras mulheres a lutar pelos seus direitos opunham-se
ferozmente ao aborto. Por exemplo, Alice
Paul, que afirmou: “o aborto é último abuso ilegítimo das mulheres, é violar-te
até às entranhas. ”Estes grupos e movimentos na sociedade portuguesa, que
advogam uma sexualidade “livre” de responsabilidades, e que também acabam por
defender como um método de controlar as situações de gravidez involuntária,
apontam este caminho às mulheres e não as libertam, antes pelo contrário,
tornam-nas escravas sexuais de uma sociedade de consumo sem escrúpulos nem
valores éticos e morais. A sexualidade acaba por se tornar um produto de
consumo, na busca da satisfação imediata, diminuindo o valor intrínseco das
mulheres na nossa sociedade. E o aborto contribui significativamente para isso.
SZ: Dentro de sua avaliação
como se poderia reverter o abortismo em Portugal?
Sr. Carlos Fernandes: No
PPV sabemos que os portugueses na sua maioria são pro vida. As nossas raízes
civilizacionais são cristãs e os cristãos são pro vida. Se conseguirmos levar
esta questão a um novo referendo penso que o “não ao aborto” vencerá e
poderemos reverter esta situação. Mas o que se passa neste momento é que nenhum
partido apoia um novo referendo. Mesmo o CDS que se afirma democrata cristão,
teve o seu líder a afirmar que nunca apoiará um novo referendo antes de se
passarem 10 anos. Nos últimos 5 anos já morreram 100 000 portugueses no ventre das suas
mães. Parece que é necessário que morram mais 100 000 mártires para se acabar
com o aborto em Portugal. Os outros partidos não querem sequer ouvir falar
neste assunto. Acham que está bem assim.
SZ: No Brasil o aborto de
encéfalos e em gravidez por consequência de estupro foi legalizado, qual é a
sua opinião sobre isso?
Sr. Carlos Fernandes: Esta
medida é um velho truque do Diabo. Convencer-nos que as "pequenas
maldades" não tem grande importância. Mas não deixa de tratar-se de um
crime, uma violação do que eu considero um direito, o direito de todo o ser
humano a viver com dignidade. Todas as vidas tem um propósito.
Normalmente nos países com
legislação pro vida como era o caso do Brasil, começam com leis sobre casos que
os cidadãos consideram "menores"; Violação (estupro no Brasil),
incesto, má-formação, etc. Depois as pessoas vão-se habituando à ideia, o
Estado vai criando os mecanismos do SNS, vai fazendo a propaganda habitual
nestes casos; "coitadinhos vinham ao mundo para sofrer, iam ser sempre
traumatizados, etc, etc", e passado algum tempo lá vem o aborto
liberalizado "só até às 10 ou 12 semanas" a que chamam um nome
"inofensivo" como foi o caso em Portugal, IVG (interrupção Voluntária
da Gravidez). E assim avançam até ao aborto total como é o caso dos Estados
Unidos e outros países.
No
caso particular do Brasil, os abortistas que já tem esta nova lei, por agora
vão esperar. Este ano o Papa vai às JMJ no Rio e seria complicado falar no assunto
e ainda mais legislar. Mas depois, quando for a Copa do Mundo ou nos Jogos
Olímpicos, eles vão atacar de novo, pois o povo pro vida brasileiro vai estar
distraído e com a guarda em baixo.
Há
que ter muito cuidado. Mesmo durante a visita do papa vão aproveitar para criar
incidentes com impacto mediático, pelo que vão ser ajudados pelos Média.
Nos EUA pode abortar-se até
ao momento do nascimento. Imagine! No momento do parto pode matar-se o bebé!
Claro que não é isso que os abortistas vão dizer que querem, mas na verdade é!
Na defesa da vida não pode
haver qualquer compromisso. Deve ser feita sem cedências de qualquer tipo. Sem
excepções. Eles vão sempre tentando, até encontrar uma brecha, e quando isso
acontece, é extremamente complicado reverter a situação.
SZ: De
acordo com sua experiência e percepção, acredita que o Brasil seja alvo dos
interesses abortistas e em risco de vir a ser institucionalizado e custeado com
nossas contribuições tributárias impostas pelo Estado como está sendo em
Portugal?
Sr. Carlos Fernandes: Eu
penso que mais cedo ou mais tarde o governo socialista do Brasil, vai fazer
campanhas públicas de desinformação e intoxicação da população, por forma a
aumentar os casos em que se poderá abortar e mais tarde propôr o aborto
liberalizado como temos em Portugal. São
sempre acções aparentemente inofensivas, e depois propõe uma lei muito avançada
nesta questão, que acabam por não aprovar na totalidade da sua extensão,
fazendo as pessoas acreditarem que afinal podia ter sido pior e acabam por
aceitar resignadas as novas soluções legislativas. Este é o truque do Diabo!
Passo a passo até à liberalização. Os governos usam os dinheiros públicos
nestas campanhas e há que ser muito determinado nesta luta. Os movimentos pro
vida normalmente não tem qualquer tipo de
financiamento e são normalmente muito distantes uns dos outros o que dá
vantagem ao inimigo que aproveita essas
fragilidades para os separar ainda mais. Devem ter uma grande união e sentido
de prioridade nesta luta contra o aborto.
Se o governo conseguir
aprovar a liberalização do aborto, ele vai ser pago pelos brasileiros, e
normalmente este dinheiro é retirado de áreas tão importantes como a
assistência social e a saúde.
Seus conselhos e orientações
aos jovens e palavras às mulheres:
SZ: Sr.
Carlos Fernandes, agradeço sua boa vontade em compartilhar conosco sua experiência
no ativismo Pró Vida, e também seus esclarecimentos positivos para o bem da
Vida humana. Saiba que este simplório espaço virtual sempre estará a sua
disposição no que estiver ao nosso alcance para colaborar com seus bons
propósitos.
Para finalizar: Quais são
seus conselhos e orientações aos jovens e adolescentes e também poderia dirigir
suas boas palavras às mulheres que por ventura lerem esta entrevista?
Sr. Carlos Fernandes: Portugal
e o Brasil têm uma história, uma língua, uma cultura e um destino comuns. Estão
demasiado juntos para que algum dia se possam separar. Mas no aborto, ao
contrário de Portugal, espero que nunca
no Brasil seja aprovada uma lei que permita a matança indiscriminada de seres
humanos inocentes.
O Brasil é uma nação de
gente jovem e a eles compete construir o futuro. Os jovens brasileiros sabem
bem que se houvesse aborto livre no Brasil muitos deles nunca teriam nascido,
muitas mulheres nunca teriam sido mães, e muitos homens nunca amariam os seus
filhos e filhas. A estatística diz-nos que 1 em cada 6 gravidezes acaba em
aborto nos países em que ele é liberalizado.
A mulheres sabem bem que a
maternidade é extraordinária e um dom que apenas elas tem. Nunca deixem de
optar pela vida, não se deixem enganar com a conversa sibilina do Diabo.
O aborto não liberta. O
aborto aprisiona a mulher para toda a vida a um acto desumano e cruel que
termina com a vida do seu filho. O aborto nunca é a resposta para as
dificuldades que uma gravidez pode trazer, porque é um caminho irreversível. O
amor e o aborto, ou Deus e o aborto são inconciliáveis.
Ninguém pode afirmar que ama
a Deus, e escolher a morte de um bebé inocente.
É muito importante que todo
o povo brasileiro lute contra este flagelo, através da oração, mas também com
acções concretas de mobilização, de demonstração da vontade indomável de viver
e de defender a vida.
Que o Senhor da Vida proteja
todo o povo brasileiro deste horroroso crime que é o aborto.
Carlos Dias Fernandes.
27/01/2013
http://daconcepcaoamortenatural.blogspot.pt/p/assinar-peticao.html
+ 351 937777771
https://www.facebook.com/portugalprovida
https://www.facebook.com/PPV.Portugal.Pro.Vida?__req=9
https://twitter.com/PPVLisboa
http://portugalprovida.blogspot.com.br/p/declaracao-de-principios.html
--
Pró Vida,
Ser ou não ser,
... eis a
questão!
Para que o mal vença, basta
que o bem nada faça.
===============================================Símia Zen.
1 comentários:
Excelente!
Rodrigo
Postar um comentário