Entrevista com MDI - Masculinismo e Direitos Iguais

Fraternas, dando continuidade as “Entrevistas com os Homens”, cujos temas são relacionados a vida masculina na voz masculina e, por efeito direto, relacionados a vida feminina também, segue a entrevista concedida pelo administrador do site MDI - Masculinismo e Direitos Iguais, paulista, com 39 anos, e que nesta entrevista gentilmente compartilha conosco suas ideias, informações e sentimentos relacionados a qualidade de vida masculina e seus direitos como cidadãos, o que acredito ser um tema de grande importância à todas as mulheres que primam pelo bem estar de seus filhos, netos, irmãos, esposos, amigos e parentes homens tanto no plano individual como coletivo em nossa sociedade.


Espero que gostem da entrevista e que também lhes seja útil no convívio com os homens e na educação de suas filhas e filhos.




O Administrador do MDI:



SZ: Qual é a sua Formação acadêmica?


MDI: Formado em Direito, com pós, e outros cursos de curta duração.



SZ: Como foi sua educação familiar e religiosa?


MDI: Acredito que normal, ou seja, dentro de uma comunidade pacífica, harmoniosa, inclusive no campo religioso seguindo os padrões da maioria dos brasileiros, a religião católica, com batismo, comunhão e crisma.



SZ: Como se define?


MDI: Procuro ser um cidadão. Cidadão para mim é quem se importa com o social e é atento à vida política do país, quem ajuda a cobrar os agentes do Poder, quem ajuda com senso-crítico e opiniões. Busco fazer isso. Foi essa também uma das razões que me impulsionou em prol do masculinismo, pois quase tudo que defendo beneficia mais aos outros que eu mesmo, como querer ver o direito a licença paternidade regulamentada, mesmo sem ser pai.





Sua atuação em relação aos direitos dos homens:



SZ: Quando e como foi o início de sua atuação no campo virtual em relação aos direitos dos homens?


MDI: Já estava atuando no campo prático desde julho de 2009, fora do ambiente virtual, inclusive formei uma comissão em defesa dos direitos dos homens, em prol da dignidade, igualdade, solidariedade humana, abstenção de discriminação sexual, construção de uma sociedade mais justa, promoção do bem de todos, prevalência dos direitos humanos, todos expressos na Constituição. Ir com isso para o blog foi só uma consequência que ocorreu em 2011. Só que no começo nem sabia como fazer o blog, fui de passo em passo procurando e consegui.



SZ: Sua trajetória e parcerias na difusão das ideias relacionadas aos direitos dos Homens no campo virtual?


MDI: Casual, a partir de buscas aleatórias no Google, indo onde tivesse alguém que pudesse e quisesse divulgar. Encaminhei vários pedidos, alguns foram aceitos outros nunca respondidos. Até como fazer foi casual, visitantes do blog deram dicas e fui tentando.



SZ: Quais são suas ações atualmente e planos futuros dentro de seu ideal no plano virtual e/ou real?


MDI: No plano virtual já atingiu o que era pretendido, ou seja, criar uma rede nacional de comunicação para partir para concretização de postulações legítimas que defendam a dignidade humana do homem. Agora vem o mais difícil: tornar isso real na vida, fazer essas postulações ganharem corpo, quero dizer: fazer aparecerem na sociedade. Mas digo isso porque entendo que o mais difícil sempre é o próximo passo, eis que a vida é pra frente, não fosse sob essa ótica diria que sair da inércia e montar uma comissão pelos direitos dos homens foi o mais difícil. Romper com a inércia sempre é o mais difícil.



SZ: Quais são seus referenciais na temática dos direitos dos homens?


MDI: Olha, interessante. Muitos masculinistas têm isso. Mas comecei apenas por indo mim, sem ter sequer conhecimento da expressão masculinismo. Hoje diria que considero interessante a trajetória de Warren Farrell que é um importante escritor muito difundido e bem informado, que tem traduzido profundamente a realidade dura dos homens e o desequilíbrio das leis e cultura na questão de gênero.

Farrell, de certo modo, mas com muito mais intensidade e dimensão, tem uma semelhança comigo. Igual a ele inicialmente acreditei que só os homens oprimiam as mulheres, vejo hoje que a opressão sexista é também e talvez até mais contra os homens, principalmente no mundo “evoluído” ocidental, seja por meio das leis ou da cultura difundida. Recomendo que procurem conhecer a história da vida de Farrell, um homem que de ferrenho feminista passou a vigoroso masculinista.



SZ: Quais foram os motivos que o levaram a atuar dentro da temática dos direitos dos homens?


MDI: Foi espontâneo a partir da percepção das necessidades dos homens, da visualização da necessidade de uma luta democrática e cidadã. Antigamente queria muito ajudar com um movimento social mais especificamente na recuperação de embriagados, isso também de certo modo o masculinismo me propiciou, pois procurando informações para exercer na prática algo em prol do masculinismo conheci a possibilidade do poder público pagar tratamentos em clínicas especializadas, inclusive via decisão antecipada da justiça.

Nunca vivi esse drama em família ou em outra pessoa próxima, mas é algo que sempre me sensibilizou. E esse tratamento pago pelo poder público é algo que muito ajuda o homem dependente e sua família (sua mãe, filhos e esposa), traz ele de volta para a dignidade e cidadania.

Há decisões judiciais que obrigam o poder público a pagar as despesas clínicas e outras necessárias. E o legal dessas decisões é que elas são rápidas, não daquelas que se espera a vida toda. Elas mandam o poder público pagar para depois discutir (Assim foi decidido em 02 de setembro de 2009 no Agravo de Instrumento nº 923.091-5/2-00, TJ/SP, relator Desembargador Sergio Gomes). Já andei divulgado isso, inclusive em rádio, mas os blogs de vocês também pode fazer chegar a mais alguém que precisa.




Os Direitos dos Homens:



SZ: Em sua opinião no Brasil há igualdade de direitos para homens e mulheres?


MDI: Não, claramente o homem está em desvantagem, inclusive parece que está sendo formada uma cultura sexista de culpar o homem de tudo que é ruim, uma misândrica. Observe tudo que existe no direito e na prática social. Como exemplo tome um homem que conhece uma mulher em São Paulo e aí se casam. Um dia ela abandona o lar para viver com alguém mais abastado em Fortaleza. Mesmo esse homem não tendo condições financeiras, se quiser o divórcio a ação tem de tramitar em Fortaleza, onde a mulher foi residir. Isso é aberrante, ofende a dignidade, dificulta ou impede os homens de pedirem o divórcio.

Porém, existem coisas piores, como a agressão doméstica que os homens estão sofrendo por toda parte e de todo modo. Tem mortes, mutilações e as verbais que são opressoras, mas se for reclamar fazem pouco caso, não tratam como um problema ou direito violado. O estado é unilateral.

E não estou falando de pouca violência. Há pesquisas recentes, como da ENSP/FIOCRUZ que ouviu em 10 capitais brasileiras 3.205 estudantes, entre 15 e 19 anos, em 104 escolas públicas e privadas, cujo resultado apontou justamente o sexo masculino sofrendo mais agressões, sem direito a reclamar. O resultado do levantamento foi publicado na Revista Época com esse depoimento de uma garota: "Os garotos estão apanhando direto. Estão acuados. Como eles são mais fortes, têm medo de revidar e ficam quietos". G.F., estudante carioca de 18 anos. (Disponível: http://revistaepoca.globo.com/vida/noticia/2011/10/elas-batem-eles-apanham.html – Acessado em: 05.05.2012). E apesar disso tudo, não há um comercial na TV que estimule o homem agredido a denunciar, nem mesmo vi um cartaz num fórum ou numa delegacia, não há apoio na lei para o homem agredido, não há celeridade para o processo, não há um abrigo, embora haja muitos anos as casas financiadas pelo governo tenham escritura em nome da mulher e agora por meio de uma ilegítima medida provisória apenas para a mulher. Aí pergunto: Para onde um homem agredido de 30, 40, 50, 60 anos, pode ir, se não pode morar dentro da própria casa que ele pagou? Isso é imoral, é um crime sexista que viola os direitos humanos, praticado pelo Estado brasileiro.

E note como a sociedade age. Quando uma mulher apanha, muitos intercedem por ela, ainda rotulam o agressor, mas a mesma sociedade faz o oposto quando é o homem o agredido e ainda debocha com coisas do tipo “apanhou de mulher”. Isso torna óbvio que o homem faz o possível para ocultar que está sofrendo agressões, até o dia que reage levemente e ainda termina enquadrado como agressor. E sequer é feita uma apuração para só depois punir e punir quem tem culpa. Não. Simplesmente aplica-se contra o homem o princípio da culpa, invertendo aquilo que manda a Constituição, mesmo se ele for inocente e vítima. Inverteram tudo, basta ver as manchetes de recordes de denúncias (lembrando que “denúncia” não significa fato já averiguado e confirmado), nem sempre verdadeiras, mas nunca mostram uma só mulher presa por fazer acusação conscientemente falsa. É ofender a inteligência de qualquer um dizer que não existem denúncias falsas nesse mar de acusações. Denúncias falsas existem, aceitá-las é uma ofensa até contra a mulher que verdadeiramente é agredida, é igualar uma agressora a uma vítima. A aplicação da lei exige condenar penalmente quem faz conscientemente uma acusação criminal falsa, mas não vejo essa parte da lei respeitada, nunca vi uma condenação dessa natureza.



SZ: De acordo com suas informações, no campo saúde há os mesmos investimentos na saúde do homem e da mulher?


MDI: Não há e nunca houve. É como se o homem fosse um ser descartável, assim é para os governantes. Basta o homem produzir, bancar, pagar os impostos, se não aguentar mais dar algo em proveito do sistema, pode morrer. Dou exemplos. Você vê os candidatos em campanha fazendo promessas específicas para melhorar a vida das mulheres, isso é constante, mas duvido ter visto os mesmos candidatos prometerem algo de bom que só diz respeito as necessidades específicas dos homens. Se for retroceder, vai constatar que na metade passada do século XX encontrar um médico era coisa rara, meus pais comentavam que uma cidade vizinha que hoje tem centenas de médicos antigamente tinha só dois, eles eram médicos de tudo, na prática não existiam especialistas, talvez se existissem só fossem encontrados na capital ou em pouquíssimas cidades do país, mas isso evoluiu na segunda metade do mesmo século. Junto, o governo investiu muito em políticas de saúde específicas para as mulheres, mas não fez o mesmo com os homens. O próprio Ministério da Saúde já constatou que há preconceito contra os homens. Exemplifico: Se uma mulher avisa que faltará ao serviço para qualquer exame de rotina, basta levar um atestado que não há perguntas. Se um homem fizer igual ficam se indagando se ele é vagabundo ou se está doente. Não formaram a consciência que o homem tem o mesmo direito de prevenção. Isso reflete na conduta dos homens que acabam recolhidos no seu mundo instigando uma mentalidade inconsciente de recusa de ir ao médico.

Bem, como eu não dou a mínima para essa forma preconceituosa, já faço exames de rotina, recomendo a quem ler fazer o mesmo. Vou a um cardiologista, oftalmologista, urologista e um clínico geral, assim como faço os exames recomendados, é o que tenho feito.



SZ: Em sua opinião quais são as vantagens e desvantagens do serviço militar obrigatório para os homens e acredita que as mulheres também deveriam ter o direito de prestar serviço militar obrigatório?


MDI: Você falou serviço militar obrigatório e direito. Como é obrigatório não é direito, é obrigação. Praticamente só existem desvantagens, paga-se mal, atrapalha nos estudos e na evolução de uma carreira, atrasa a vida. A única suposta vantagem pessoal seria valorizar a disciplina, mas isso é pouco demais em troca de tanto. A disciplina pode e deve ser adquirida na educação familiar e na escola. Já as desvantagens são muitas. Também tem a gravíssima desvantagem de ocorrer algum conflito armado, até porque a recusa de atender ao chamado pode ser penalizada, por lei, com a pena de morte, está na Constituição, art.5º, inciso XLVII, letra “a”. Aliás, a única hipótese de pena permitida de morte na Constituição é em face de guerra.

Isso precisaria ser reavaliado. A pena de morte contra civil que se recuse ao recrutamento para ir guerrear fere o princípio da paz, que é direito universal de todos os seres humanos. Aliás, por convicção religiosa já é possível se recusar mediante prestação alternativa, é a mesma lógica, cabendo ao recusante prestar ajuda alternativa, como na linha de produção de provisões. Note que isso não significa excluir a regra geral do serviço obrigatório em tempo de guerra, apenas implica o fim da pena de morte absurda, contra brasileiro civil.

Já em tempo de paz, nem para os homens o serviço deveria ser obrigatório, caberia sim existir algumas vantagens que naturalmente seriam o atrativo. Como exemplo poderia computar em dobro o tempo do serviço militar para fins de aposentadoria, o direito a um salário digno ainda que reduzido, acesso gratuito aos estudos de formação profissional, para todos os militares, em todas as unidades militares, após o primeiro ano do serviço básico por evidentemente haver incompatibilidade na rotina do serviço básico.

Quanto às mulheres a questão é outra. Se elas não estão sujeitas a figurar no serviço obrigatório, não devem, por lógica acessar o oficialato. É uma incoerência. Imagine a situação: Uma mulher é recusada para ser soldado raso (o que exige menos) pelo serviço obrigatório sob a alegação fragilidade e incompatibilidade, mas aceita para ser comandante da tropa (o que exige, ou pelo menos deveria exigir). O comandante da tropa tem que ter a mesma agilidade e estar sujeito às mesmas dificuldades e obrigações que seu pelotão, desde o início, tem que ter o mesmo desembaraço, suportar as mesmas condições ambientais e de agressão.

E teria mais um problema, mesmo impondo cautelas sempre pode ocorrer, é o de uma mulher em pleno campo de combate ficar grávida, o que pode colocar em risco a vida do bebê e de toda a tropa, da posição ocupada e de comunidades civis a serem defendidas, definitivamente não condiz com um país forte militarmente e uma sociedade segura e livre.

Aí, mais que nunca há de ser considerado o princípio da isonomia, mas segundo as desigualdades de cada sexo, tal como ensinou Ruy Barbosa na Oração aos Moços. Daí a regra geral a ser seguida pode ser a já exposta, mas exceções por vezes são imprescindíveis. Em caso de necessidade intransponível de mais contingente, até os mais velhos são convocados, mesmo dispondo de menos força. Em Israel, devido às necessidades de contingente as mulheres também prestam o serviço militar e podem ser convocadas. Então, em casos excepcionais deveria ser possível a convocação obrigatória, mas cuidando para que não fossem colocadas em posições mais delicadas que fragilizasse a defesa do país, podendo, por exemplo, ser utilizadas em serviços de apoio (centrais de comunicação, dar assistência em enfermarias, preparo de mantimentos etc).



SZ: Como entende a remuneração igualitária do trabalho masculino e feminino em uma mesma função e cargo e o direito que mulheres têm de se ausentar do trabalho para parir, aleitar e cuidar de filhos, marido e pais em caso de doença, sem perda nos ganhos salariais, e as transferências prioritárias para acompanhar cônjuge, em caso de emprego do marido fora da cidade?


MDI: Olha, não se cansam de falar que as mulheres ganham menos. Conta pra gente: Qual empresa está pagando menos??? Isso não existe, ao menos não no geral. Se existisse bastaria uma reclamação trabalhista e a empresa seria fatalmente condenada. O que ocorre é que os homens fazem bem mais horas-extras que as mulheres, exercem jornada de trabalho completa, em alguns casos a mulher trabalha meia jornada. Isso reflete no valor médio final apurado para cada sexo. É disso que muitas vezes reclamam, mas nunca informam esse sacrifício maior feito pelos homens. Já o salário da hora trabalhada está igual ou por vezes maior para a mulher tomando em conta o mesmo tipo de profissão e dedicação (jornada completa ou não). E as mulheres contam com vantagens que os homens não têm, como 15 minutos com 50% a mais, remunerados como de hora-extra mesmo sem trabalhar, está na CLT, é lei. Lei inconstitucional por não dar aos homens o mesmo direito, mas insistem em recusar estender esse benefício aos homens. Dizem que igual trabalho deve ter igual remuneração, aí está algo para se lutar, mas não vejo as feministas pedindo esse direito para os homens.

Já as ausências do serviço que você fez referência são corretas, humanas. Mas é desumano a licença paternidade não ser ampliada, está desde 1988 nos Atos das Disposições Transitórias das Constituição Federal aguardando uma lei que aumente os 5 dias que hoje existe, sem que o façam, como também não repassam para o governo o custo dessa licença paternidade, hoje suportada pela empresa embora o custo da licença maternidade o governo já assumiu há muito. Esse custo acaba por gerar nas empresas um preconceito silencioso em contratar homens.



SZ: Como considera os direitos e deveres dos pais e das mães no Brasil?


MDI: Muito fácil, teoricamente os direitos e obrigações juridicamente são iguais, mas não na prática. De modo geral os deveres jurídicos são dos pais, os direitos das mães. Socialmente o conceito é que o mérito é quase que só da mãe, mesmo no caso de mãe que tenha abandonado o filho, enquanto o demérito é quase só do pai. Puro sexismo cultural. Tem muito pai cuidando sozinho dos filhos. Segundo consta, 7% das guardas de filhos são dos pais com exclusividade, a mãe apenas visita, e raramente as mães pagam pensão, mesmo quando ganham mais. Com isso se nota que a mulher é muito favorecida, por vezes em prejuízo até das crianças.



SZ: Como entende o direito as pensões que filhas de militares recebem após a morte de seus pais e não haver o mesmo direito aos homens de receberem tais pensões?


MDI: Não entendo, a fome é igual, não escolhe sexo. Aliás, o ser masculino necessita de mais alimentos para saciar a fome, isso é fato. E não é só essa pensão. Dados que obtive diretamente da Previdência Social (INSS, referente a benefícios ativos em dez/2009) dão conta que no Brasil, arredondando os números, existem cerca de 5,7 milhões de pensões pagas pelo sistema a pessoas do sexo feminino, dos quais mais de 5,5 milhões para mulheres maiores de idade, pouco menos de 170 mil a menores. Já para o sexo masculino, o total é de 0,8 milhão de pensões no total, dos quais cerca de 165 mil para menores de idade. Já que falei de previdência, é bom dizer que na aposentadoria os homens contribuem com 5 anos a mais para se aposentar, embora tenham a expectativa de vida em média 7 anos e 8 meses a menos. Na prática, o homem mantém a maior parte do sistema previdenciário, mas recebe a menor parte desse dinheiro, seja ele pago como aposentadoria ou como pensão.



SZ: Qual é a sua avaliação dos crimes de estupro e aborto e as penalidades legais a homens e mulheres?


MDI: Até 2009 no Brasil a lei sequer previa o estupro de homens, era quase permitido pela pouca repressão da lei, mas isso melhorou. Agora o Código Penal foi alterado e mulher que dopa (com bebida, etc.), ameaça ou usa da força para ter sexo (de qualquer modo) com um homem responde pelo crime de estupro com a mesma pena de cadeia que o homem em relação a ela.

Já o aborto continua mal resolvido, ele tinha que ser tratado como homicídio, pois o DNA da criança não é o mesmo da mãe, nem do pai, é de terceira pessoa. Além disso, um aborto com consentimento unilateral da mãe pode importar grave e irreversível trauma psicológico para o pai, para os avós paternos e maternos, como qualquer morte de um descendente causa. É isso que chamam de saúde pública?



SZ: Poderia nos detalhar mais sua opinião sobre o aborto?


MDI: O aborto deveria ser denominado homicídio, com a característica cruel de ser praticado contra crianças que ainda não nasceram. Não ter nascido ( = vindo ao mundo externo ) não quer dizer não existir, pois a criança já existe no mundo (interno). Trata-se de uma criança que está absolutamente viva, mas dentro da mãe. Note que é uma pessoa com DNA próprio, com cérebro, coração e dor, tudo próprio. E essa criança quando é assassinada pela técnica do aborto sente a dor provocada pela máquina que a tritura viva, tenta se encolher como que um ato de defesa, mas como não tem para onde fugir, morre abortada. Um país que legaliza isso claro que é um país genocida contra o mais frágil dos humanos. Preciso dizer que sou contra genocídio?



SZ: O que pensa sobre a realidade masculina ante a questão do aborto?


MDI: O homem também pode e em vários casos será afetado, com chantagens canalhas, do tipo “ou volta pra mim ou mato seu filho” ou “larga da sua mulher ou seu filho morre”. É um grave atentado à dignidade humana, à saúde mental e emocional, uma ofensa psicológica ao pai e também aos outros parentes dessa criança, especialmente os avós. Aliás, nunca vi alguma feminista se preocupar com a saúde do pai ou dos avós. Se o feminismo é um movimento ”neutro”, isto é, que olha o bem estar de todos, deve olhar os sofrimentos do homem também, especialmente quando esse homem é contrário ao assassinato do filho pelo aborto. Contudo não vejo isso, não ocorre, nem sequer existe uma preocupação do feminismo com relação à criança que é abortada, nunca vi defenderem essa criança, isso é o mais grave de tudo, por inverter os valores, dar mais atenção a uma mulher adulta, maior e capaz, que sabia exatamente o que fazia ao engravidar que a uma criança indefesa.



SZ: Acredita que pílula anticoncepcional masculina poderia ser um método contraceptivo válido?


MDI: Claro que sim, válido e ótimo para o país controlar a natalidade e crescimento populacional, para a saúde pública, para os homens e até para as mulheres. Poderia ser também uma segunda barreira a evitar a gravidez indesejada ou um método alternativo, variando de acordo com o gosto e necessidade do casal. Agora, a pílula só não é utilizada no Brasil porque o governo ainda não providenciou que a mesma esteja disponível, se estivesse com certeza muitos e muitos homens a utilizariam, eu mesmo. O governo, para incentivar a fabricação aqui bem que poderia permitir a importação da China, como forma experimental de notar o interesse dos homens e uma vez verificada a boa aceitação e resultados satisfatórios, partir para a produção em escala em solo nacional, até porque com custo tão baixo qualquer um poderia adquiri-la. Mesmo sabendo que há um pequeno laboratório que quer produzi-la no país, ainda assim o governo reluta e não autoriza sua liberação, ao que tudo indica sem qualquer justa razão. A mera omissão do governo em se posicionar a respeito já é algo que vai contra o interesse da sociedade como um todo, tanto de homens quanto de mulheres. Mais grave ainda o fato do governo não fazer nada a favor do interesse geral, sempre vendido a favor dos interesses mesquinhos dos poucos que o rodeiam ou pressionam.



SZ: Acredita que a pratica da violência domestica é uma exclusividade dos homens às mulheres e as crianças?


MDI: Sobre a violência entre o homem e a mulher eu falei no início. Posso acrescentar que se o Projeto de Lei 5685/2009 – Estatuto do Homem – que tramita na Câmara dos Deputados for aprovado teremos o mínimo para alguém do sexo masculino (homem ou garoto) ameaçado tentar sair da opressão. É o que se espera de um país justo e de uma sociedade humanizada.

Sobre a violência em face dos filhos. Olha, há estudos demonstrando que são justamente as mães que agridem mais os filhos, e há casos de agressões com muita gravidade, mas o que sobressai nisso é que as crianças precisam de proteção, tanto faz quem as agride e quanto a isso a cultura sexista que aponta e pune só o homem é um agravante contra a criança por impedir detectar e punir todas as agressões. Esse procedimento de ocultar essa informação já é em si uma agressão ao direito da criança ser protegida. Nada justifica isso. Independente do sexo e peculiaridades, só a ignorância e conivência covarde e sexista podem fundamentar alguém defender que a mulher possa ser violenta e machucar ou matar alguém, sejam crianças, homens ou até outras mulheres e que isso seria só uma má-influência. Não é apenas má-influência, tem o elemento caráter de quem assim age. Não dá para aliviar e sorrir ou dizer “coitada, é mãe, como fez isso?” e achar que mutilar crianças ou matá-las é normal.





Conselhos e orientações aos jovens e palavras às mulheres:




SZ: Administrador do MDI, agradeço sua gentileza em compartilhar suas informações, ideias e experiências nesta entrevista. Saiba que este simplório espaço virtual sempre estará a sua disposição para o beneficio da boa qualidade de vida dos homens e, por efeito, para a boa qualidade de vida das mulheres também, pois vale lembrar que as mães, filhas, irmãs e amigas dos homens também são mulheres. Para finalizar, quais seriam seus conselhos e orientações aos jovens e adolescentes quanto à observância de seus direitos e deveres? E também poderia dirigir suas palavras às mulheres que por ventura lerem esta entrevista?


MDI: Em conclusão, posso dizer para cada pessoa se empenhar por um mundo melhor, para cada jovem ir à luta, acreditar que é possível realizar muitos sonhos, dificilmente todos, mas muitos.

Um mundo melhor passa necessariamente por famílias bem construídas e jovens empenhados, porque a escola por melhor que possa ser só instrui e complementa a educação, os valores maiores, os princípios, devem provir do lar, da família, essa é a primeira viga. Digo ainda, procurem seus direitos, existem muitos direitos até por vezes quando parece não existirem. Procurem, insistam, corram atrás, tenham perseverança, ajam preventivamente, acautelem-se, defendam seus valores, mas não travem uma guerra por uma insignificância qualquer, lutem somente pelo que faz alguma diferença, pelo que compensa.

Aos casais. Cuidado para não sofrerem a perda da identidade ao longo da relação e tornarem-se pessoas totalmente diversas daquelas que foram enquanto tudo era bom.

É mais fácil uma pessoa ou uma família cair, que subir.

Mulheres. Vocês sabem o que os seus filhos e maridos esperam de vocês. Eles não esperam o impossível, só alguma virtude e afeto. Pois, por igual, não exijam deles o impossível, se tiverem virtude e lhes darem afeto, vocês terão a viga que precisam para construir uma família forte. O resto, com luta e perseverança se consegue.


Que todos façam sua parte e tornem o (seu) mundo melhor.



Até a próxima!


Administrador do MDI.



MDI – Masculinismo e Direitos Iguais.

http://masculinismoedireitosiguais.blogspot.com/

E- mail: ola.mdi@hotmail.com

=======================================Símia Zen.

3 comentários:

Anônimo

vivemos em um século completamente feminista, onde a mulher quer mandar em tudo. as mulheres dizem que os direitos devem ser iguais, mas é pura eresia delas, elas querem mesmo é vantagem sobre os homens e elas lutam para que os homens se rebaixem a cada dia. exemplo de país feminista: mulher se aposenta 5 anos antes do homen, se uma mulher dar um taba no rosto de um homen nada acontece mas se ela dizer que um homententou agredila a policia vem voando para prender o tal homen, se um homen cobrar pensão de um filho para a mulher e ela não dar nada, não vai acontecer nada com ela, mas se ela cobrar pensão de um filho a um homen e ele não der, ai o bicho pega. pergunto as mulheres que direitos iguais são esses onde a mulher é como uma deusa, ve a ate a saúde eé voltada para a mulher com campanhas e muito mais, eu aprovo isto é coisa boa, mas onde se viu falar que se ligam para os homens. atenção homens é hora de fazer protestos por direitos iguais. hora de ir a brasilia protestar, pois as mulheres estão tirando os direitos dos homens, e deixando eles sem nada, não aceite. ta passando da hora de criar grupos e ir as ruas protestarem, não aceitem esse femismo das mulheres,as mulheres não querem um país machista, mas querem um país feminista. assim tambem homens de todo o Brasil não aceitem um Brasil feminista, vamos a luta, vamos protestar.

Anônimo

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Anônimo

As coisas felizmente começaram a mudar:

http://g1.globo.com/planeta-bizarro/noticia/2013/03/americana-e-presa-por-acertar-namorado-com-colher-de-plastico.html

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